Podia, mas não era a mesma coisa.
Nos últimos tempos, tenho-me perguntado cada vez mais se há determinadas áreas em que entramos na nossa vida, que quer queiramos, quer não, ficam sempre pegadas a nós. São essas as tais experiências, que como disse um professor meu, nos ficam coladas à pele.
O teatro, paixão que explorei durante algum tempo e que um dia quis adormecer (porque achava que já não valia a pena), insiste agora em saltar cá para fora outra vez. E eu a tentar contrariar essa vontade que é mais forte que o meu lado racional.
Em 2005, rumava eu de Portugal para Inglaterra à procura de uma universidade (artística, diga-se). Quando encontrei a Central School of Speech and Drama, achei que era ali que devia tentar a minha sorte.
Estava demasiado desiludida com o que se passava por cá no mundo artístico, achei que lá poderia resultar. Mas o medo de falhar, de não dominar totalmente o inglês, da falta de dinheiro, de comer só arroz (como tenho visto que tem acontecido com ex-colegas minhas) fez-me recuar. E nem tentar.
Os anos passaram e hoje sinto-me mais confiante. Não só com mais sabedoria, mas também com mais calma interior e com mais coragem.
Ontem, massajaram-me o ego. E muito. Falaram da minha voz. Do poder que ela tem. Que é uma pena que não seja aproveitada, porque eu, até naturalmente, tenho um poder de voz que em Portugal é raro.
Não pude deixar de pensar nisso. Não pude deixar de reflectir. Mas entretanto, o meu corpo e a minha voz já fecharam. Se era para ter continuado deveria ter sido justamente na altura em que desisti.
Já a minha amiga V. diz que o meu caminho agora deveria ser a Arte e Educação. E eu sei o quanto seria feliz a fazer esse mestrado. E ao facto de ele me puder abrir portas nessa área.
O prazer mais puro que senti na minha vida, foi em palco, a construir uma personagem. Não preciso só das tábuas, preciso de tudo o que ali se sente. E isso é inexplicável.
O prazer mais puro que senti na minha vida, foi em palco, a construir uma personagem. Não preciso só das tábuas, preciso de tudo o que ali se sente. E isso é inexplicável.
De qualquer forma, não julgo que será o mestrado que fizer agora que vai definir a minha profissão, quanto muito, definirá uma das minhas profissões. Mais uma vez, não tenciono ficar por aqui. E há pelo menos mais um mestrado e uma pós-graduação que quero fazer.
Sinto-me um tanto ou quanto viciada em estudar. Levei 9 anos a odiar a escola, portanto quero recuperar o tempo perdido!
Sinto-me um tanto ou quanto viciada em estudar. Levei 9 anos a odiar a escola, portanto quero recuperar o tempo perdido!
Talvez seja uma forma de conseguir conjugar duas áreas que amo. O teatro e as bibliotecas. E deixar uma carreira mais técnica de lado durante uns tempos.
Enquanto puder.
2 comentários:
És uma caixinha de surpresas!!!!
Ainda hoje a Raquel no FB também descobriu mais um sítio em que trabalhei, não sou só uma caixinha de surpresas, sou a mulher dos 7 ofícios!
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