domingo, 26 de abril de 2009

P-fólios, e-folios, AF, semestres, anos lectivos

Acho que os P-fólios são grandes formas de resistência, resistência acima de tudo psicológica.

Passamos um semestre a assimilar matéria, a ler páginas e páginas de livros, a realizar actividades formativas, a consumir-mo-nos com E-fólios. E são estes que decidem se podemos submeter-mo-nos ao momento da tortura final. Sem nota mínima, teremos de esperar mais um ano lectivo.

Costumo comparar a sensação que tenho em dia de P-fólio como um balão cheio de ar. Durante um semestre enchemos, enchemos, enchemos, enchemos de matéria, na semana antes reforçamos as novas ideias, tiramos dúvidas, estudamos, estudamos, estudamos, estudamos até que chega o dia derradeiro.

No outro dia olhei em meu redor e pensei: eis os resistentes a arrastarem-se para o momento final.

Talvez tenha sido um exagero, mas não deixa de ser uma victória.

E sim, cada vez mais esta victória está a saber melhor.

Não me perguntem como está a correr, não me perguntem se preciso de alguma coisa, deixem-se estar no vosso canto e a queixarem-se da vossa vida miserável. Continuem a pisar-me. Continuem a dificultar-me a vida. Não se assustem quando se aperceberem que já está feito. Não, o tempo para mim não passou depressa. Mas eu sabia que seria capaz. E cá estou. Não tenham medo quando virem que preciso de crescer profissionalmente. Não tenham medo da minha ambição. Deviam ter pensado nisso antes.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

I buoni libri

«I buoni libri non ci portano via il tempo come la gran parte delle persone che ci vengono a trovare: i libri sono amici che ci possono arricchire quanto ne abbiamo voglia. Tu, quindi, o cardinale Federico, dovrai raccogliere una grande quantità di libri, dovrai costruire una biblioteca degna del tuo nobile animo, spendendovi senza risparmio tutto il danaro che sarà necessario».


terça-feira, 21 de abril de 2009

All I have to do is dream

Ainda não parei de sonhar. Aliás, espero nunca o fazer. Continuo a viver com a utopia que um dia vou poder deixar de trabalhar, nem que seja só por um ano, para me dedicar aos estudos.

Talvez o meu mal tenha sido o facto de ter começado a trabalhar demasiado cedo. A pouco e pouco vem o charme do dinheiro, a independência financeira e tudo acaba por ser uma bola de neve.
E assim tomam-se opções, delineia-se uma estratégia, dá-se o melhor que se pode...

E entretanto os anos vão passando e quanto mais aprendo mais certezas tenho do que quero fazer. E apercebo-me que cada vez gosto mais do meu curso e menos do meu trabalho. Mas para já é assim: o segundo paga o primeiro e quando este terminar outras oportunidades hão-de surgir.

É como digo: cada um prostitui-se da maneira que pode.

sábado, 18 de abril de 2009

Saudades de estar aqui


De amar aqui, de viver aqui, de me apaixonar aqui, de chorar aqui, de sorrir aqui, de me perder aqui.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

E não é que é verdade?




Those who are good librarians love their job and are very passionate about it

Overview. Forget about that image of librarians as a mousy bookworms. More and more of today's librarians must be clever interrogators, helping the patron to reframe their question more usefully. Librarians then become high-tech information sleuths, helping patrons plumb the oceans of information available in books and digital records, often starting with a clever Google search but frequently going well beyond.


Librarianship is an underrated career. Most librarians love helping patrons solve their problems and, in the process, learning new things. Librarians may also go on shopping sprees, deciding which books and online resources to buy. They may even get to put on performances, like children's puppet shows, and run other programs, like book discussion groups for elders. On top of it all, librarians' work environment is usually pleasant and the work hours reasonable, although you may have to work nights and/or weekends

The job market for special librarians (see below) is good but is sluggish for public and school librarians. Nevertheless, persistent sleuthing—that key attribute of librarians—should enable good candidates to prevail.

That effort to land a job will be well worth it if you're well suited to the profession: love the idea of helping people dig up information, are committed to being objective—helping people gain multiple perspectives on issues—and will remain inspired by the awareness that librarians are among our society's most empowering people.

A Day in the Life. You work in a small municipal library, where you have to do a little of everything. You start your day by leafing through catalogs from online database publishers and book reviews in Library Journal to decide which titles to add to your collection. Next, it's out to the reference desk, where visitors regularly ask how to find something. Sometimes, it's esoteric; often, it's the bathroom. Later, you teach a class: an advanced lesson in Googling. Next, it's back to the reference desk, but you're soon interrupted by a group of boisterous kids, so you have to turn into schoolmarm: "You'll have to be quiet, or I'll have to ask you to leave." You end your day reading about "automated librarianship": data storage systems that let the public get needed resources without the help of a live librarian. Tomorrow, you decide, you'll start writing a grant proposal to develop a computer kiosk that will help patrons find health information.


Smart Specialty
Special librarian. All sorts of organizations need librarians, not just public libraries. They work for colleges, law firms, hospitals, prisons, corporations, legislatures, the military, and nonprofit agencies. In fact, special librarianship is the field's fastest-growing job market. Unlike public and university jobs, which require night and weekend hours, these jobs are mostly 9 to 5.


Salary Data

Median (with eight years in the field): $47,400
25th to 75th percentile (with eight or more years of experience): $42,800-$63,700
(Data provided by PayScale.com)


Training
The American Library Association offers information and links regarding training, including online options.

U.S. News rankings of library programs



In:http://www.usnews.com/articles/business/best-careers/2008/12/11/best-careers-2009-librarian.html

quarta-feira, 15 de abril de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

Nalgum Lugar Perdido

Olhar-te um pouco
Enquanto acaba a noite
Enquanto ainda nenhum gesto te magoa
E o mundo for aquilo que sonhares
Nesse lugar só teu
Olhar-te um pouco
Como se fosse sempre
Até ao fim do tempo, até amanhecer
E a luz deixar entrar o mundo inteiro
E o sonho se esconder
Nalgum lugar perdido
Vou procurar sempre por ti
Há sempre no escuro um brilho
Um luar
Nalgum lugar esquecido
Eu vou esperar sempre por ti
Enquanto dormes
Por um momento à noite
É um tempo ausente que te deixa demorar
Sem guerras nem batalhas pra vencer
Nem dias pra rasgar
Eu fico um pouco
Por dentro dos desejos
Por mil caminhos que são mastros e horizontes
Tão livres como estrelas sobre os mares
E atalhos pelos montes
Nalgum lugar perdido
Vou procurar sempre por ti
Há sempre no escuro um brilho
Um luar
Nalgum lugar esquecido
Eu vou esperar sempre por ti

*Mafalda Veiga

Mulheres - Miguel Esteves Cardoso

Só quando os homens chegam a uma certa idade é que podem dizer com certeza que as mulheres são melhores do que eles em tudo - mesmo na bola, a carregar pianos, a lutar com jacarés ou nas outras coisas em que ganhávamos quando éramos mais novos e brutos e fortes.

Quando se é adolescente, desconfia-se que elas são melhores. Nos vintes, fica-se com a certeza. Nos trintas, aprende-se a disfarçar. Nos quarentas, ganha-se juízo e desiste-se. Nos cinquentas, começa-se a dar graças a Deus que seja assim.

Os homens que discordam são os que não foram capazes de aprender com as mulheres (por exemplo, a serem homenzinhos), por medo ou vaidade ou estupidez. Geralmente as três coisas. Desde pequenino, habituei-me que havia sempre pelo menos uma mulher melhor do que eu. Começou logo com a minha linda e maravilhosa mãe, cuja superioridade - que condescendia, por amor, em esconder de vez em quando - tem vindo a revelar-se cada vez mais.

As mulheres são melhores e estão fartas de sabê-lo. Mas, como os gatos, sabem que ganham em esconder a superioridade. Os desgraçados dos cães, tal como os homens, são tão inseguros e sedentos de aprovação que se deixam treinar. Resultado: fartam-se de trabalhar e de fazer figuras tristes, nas casas e nas caças e nos circos. Os gatos, sendo muito mais inteligentes, acrobatas e jeitosos, sabem muito bem que o exibicionismo vão leva à escravatura vil.

Isto não é conversa de engate. É até um tira-tesões. Mas é a verdade. E é bonita.

domingo, 12 de abril de 2009

BEKET


De Itália um filme muito independente a fazer lembrar os primórdios de Polansky. Dicotomia céu-inferno. A procura de um Deus. Freak e Jajá à espera de uma passagem.

Pelos vistos tenho o mesmo problema de Davide Manuli: gosto mais dos italianos do passado do que os do presente. E assim fica-me a ideia de Beckett perante a vida, qualquer coisa como sermos falhados a partir do momento em que nascemos, pois jogamos com a vida um jogo tão injusto que sabemos à partida que nunca poderemos ganhar.

Tenta. Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor
Samuel Beckett

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Porque Berlusconi é o representante de Itália

Pois é. Berslusconi quer queiramos quer não, é o líder político de Itália e logo também seu representante.

Por ocasião do G20 em conversa com o meu pai sobre situações menos felizes relacionados com o comportamento do senhor B., o meu pai exclama: "Assim até tenho vergonha de ser italiano". Achei um exagero tremendo. Então que diria eu que sou mitad-metade? Que tenho vergonha da ignorância com que fala CR? Que tenho vergonha do Alberto João? Que tenho vergonha por Mário Soares ter andado a cavalo numa tartaruga? Que tenho vergonha do escândalo Casa Pia? Que tenho vergonha do Avelino Ferreira Torres e da Fátima Felgueiras? E que... também tenho vergonha de Berlusconi. (mas não, não tenho vergonha de ser metade Italiana, nem metade portuguesa)

Sim, tenho vergonha dele. Tenho vergonha da forma como se comporta, das saídas tristes e desapropriadas que tem. Não percebo muito bem como continuam a elegê-lo. Também voto em Itália e nas últimas eleições fui bombardeada com informação partidária e promessas vindas do partido dele.

Dos outros nada.

Não estou dentro do panorama político de Itália, não sei o que outros fazem ou deixam de fazer, apenas tenho a confirmar que Forza Italia sabe (soube) bem o que é o marketing e como se usa. E talvez seja assim que muitos italianos se iludem. Não votei. Ou melhor, votei, mas deixei o boletim em branco. Senti que me queriam fazer um brainwash daquele partido e que houve falta de informação das outras partes.

Li há uns tempos atrás que Itália parou no tempo. È o mesmo país de há 20 anos atrás. E isso é grave. Porque Itália é um país com imensa história, com locais lindíssimos e com imenso potencial. Ela deveria ser o cenário perfeito para o romance, para o desenvolvimento cultural, não para a mixórdia de confusão de uma país cada vez mais envolvido e engolido pela máfia.

Um só dirigente, uma só pessoa não pode representar todo o povo. Aliás, não concordo quando se diz que a raça X ou a raça Y são isto e aquilo e que o povo X ou Y é porco, feio e mau.

Acredito nas pessoas e no que elas podem fazer. Acredito em cada um como um ser único, com as suas capacidades e limitações. Mas também acredito nos italianos. Não deixa de ser também o meu povo. E por isso o sismo de L'Aquila mexeu tanto comigo. E por isso achei hediondo o que Berlusconi disse.


Não tenho vergonha de se nem italiana, nem portuguesa. Eu sou eu. Uma mistura de nacionalidades, com uma educação muito própria que felizmente também me ajudou a ter dois dedos de testa.

Mas lá no fundo tenho uma sentimento de amor-ódio por Itália que não sei explicar.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Demorei, mas vi!


Ontem foi noite de Twilight. Confesso que andei a adiar porque achava que não podia ser uma história de amor daquelas de fazer chorar as pedras da calçada. Mas afinal é. E ontem chorei que nem uma madalena arrependida como se não houvesse amanhã.


Adolescentemente falando tive vontade cair nos braços daquele Edward e morrer de amor(es) para todo o sempre.


E agora quero comprar o(s) livro(s) e esperar ansiosamente para que se façam novos filmes e continuar a sonhar, porque pelos vistos o amor aos 17 anos também (já) é muito forte :)


Pois bem, ganharam mais uma fã.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Iluminação em sete dias*

"Buda afirmou aos seus discípulos: quem se esforça, pode alcançar a iluminação em sete dias. Se não conseguir, com certeza alcançará em sete meses, ou em sete anos. O jovem resolveu que a conseguiria em uma semana, e quis saber como devia agir: “concentração” foi a resposta.

O jovem começou a praticar, mas em dez minutos já havia se distraído. Aos poucos, foi prestando atenção em tudo que o distraía, e achou que não estava perdendo tempo, mas se acostumando consigo mesmo.

Um belo dia decidiu que não era preciso chegar tão rápido a sua meta, já que o caminho estava lhe ensinando muitas coisas.

E foi neste momento que se tornou um iluminado. "


So true...



*Guerreiro da Luz