Quando fiquei desempregada, houve quem dissesse: "Tu encontras alguma coisa rapidamente!".
Ok. Até podia. Mas eu não queria (e não quero), de todo, encontra uma coisa rapidamente só para dizer que estou a trabalhar.
Nestes meses que tenho "estado em casa", para além de me terem sabido bem, tenho aproveitado para pôr livros em dia, filmes e séries em dia, estudar, estudar, estudar, passear, ir mais vezes ao ginásio, passado mais tempo com a minha família, ajudar a minha avó nas coisas do dia-a-dia. E sinto-me bem! Nunca senti que estivesse realmente parada, porque não estou mesmo.
E os dias passam e não sinto que tenham sido dias em vão. Todos os dias há coisas para fazer.
E como muita gente estranhou, eu não quero fazer uma coisa qualquer, só para ganhar mais uns trocos.
Eu quero fazer o que gosto de fazer. Aquilo para o qual estudei e tenciono continuar a estudar e a especializar-me cada vez mais. Mesmo que isso possa significar sair de Lisboa.
Sou bibliotecária. Amo o que faço. E tenho formação para isso. Nem todos podem ter a oportunidade de estudar e trabalhar naquilo que gostam. Mas também sei o que é estar "no outro lado". Por isso, dou tanto valor ao facto, de me poder dar ao luxo, de esperar para ir para onde quero e dessas oportunidades me surgirem.
Eu sei que a minha outra oportunidade vai surgir brevemente.
Que este é (ou foi, ou será) um tempo que eu precisava. Um tempo para ter tempo.
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