quarta-feira, 5 de maio de 2010

Eu e a minha amiga F., falávamos ontem da coragem que é ter filhos. Nunca tínhamos tocado no assunto, mas pelos vistos somos da mesma opinião.

E sim, chamamos-lhe coragem, porque consideramos que ao pôr alguém neste mundo, temos de ter algumas certezas financeiras, afectivas e emocionais de forma a que possamos dar o melhor a esse ser. E depois há os imprevistos, por exemplo a nível de saúde, que acontecem e que podem fazer com que a criança (e futuro adulto) se torne completamente dependente de nós.


Era mau se toda a gente pensasse como nós? Era. Provavelmente mais de metade da população não existiria. E ainda bem que há pessoas que decidem arriscar, mesmo quando o panorama não é o melhor.

Muita gente pode pensar que é egoísmo da nossa parte? Também. Mas não é. Para mim é apenas pôr as cartas na mesa e colocar todas as hipóteses, e avaliar até que ponto podemos ou não podemos acarretar com as consequências. (Diremos que podíamos fazer uma análise SWOT do problema...).

Eu gostava de ter filhos. E a F. também. E ambas adoramos crianças. E talvez por isso, e por termos medo de continuar a seguir as nossas ideologias e podermos vir a optar por não os ter, escolhemos já formas de compensar isso. Sem querer, seguimos também o caminho da educação. E é com crianças que (também) queremos trabalhar.

1 comentário:

Três da Matina disse...

Nunca quis ter filhos. Trabalhei sempre em trabalhos temporários, estabilidade financeira nula, e com isto, alguma instabilidade pessoal - não serei capaz de dar isto, ou aquilo, ou acoloutro...
Num belo dia, depois de duas semanas de indisposição, e com 38 anos, descobri que estava grávida.
Chorei quando soube... não queria, não era capaz, não tinha condições.
Hoje, com 40 anos e duas crianças (sim, dois), tenho pena de não ter sido mãe mais cedo.
Descobri que quero desesperadamente (e não posso) ficar com eles em casa, ser mãe a tempo inteiro. Não vai ser possível. E tremo porque vou ter de voltar a uma realidade que agora não me diz nada. A única coisa que faz sentido no mundo são eles, eles e só eles.
Se querem ser mães, não adiem... se não querem, não é de criticar, é uma opção pessoal. Mas ser mãe é realmente a melhor profissão do mundo, e que neste país não é reconhecida...
Também gostava de trabalhar com crianças, mas gostava ainda mais de poder trabalhar com as minhas. Não é preguiça, nem egoísmo, mas realmente, porque é a maior satisfação de todas, vê-los crescer, as primeiras conquistas, as birras, os sorrisos... não há nada mais valioso do que isso.Sou uma mãe babada. Beijinhos :D