sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Os amigos de quatro patas

Até aos 15 anos vivi numa casa muito grande. Tive pássaros, um hamster que tinha um problema no pescoço e era carinhosamente apelidado de Torcidinho, um ouriço caixeiro, um camaleão mais ou menos emprestado, e uma gatinha que acabou por morrer de velhice e que muita saudades deixou.

Quando vim para os lados de Lisboa, a primeira casa onde estive até tinha um terraço, e eu morria de saudades do contacto com os animais, da partilha que ali se gera, da companhia, da cumplicidade. Em pouco tempo arranjei outra gatinha. (Sim, porque eu acho que os animais devem ter muito espaço para correr e viver livremente). Mas infelizmente as coisas não correram bem, e aos seis meses teve de ser abatida depois de um acidente bastante trágico.

Estive vários anos para superar estas duas perdas tão em cima uma de outra, que aconteceram em menos de um ano. Depois, atendendo a que moro na "terra do cimento", fui dando desculpas a mim própria para não adoptar um amigo de quatro patas. Agora o tempo passa, e não sei se não estará na altura de me dar a mim e a algum menino ou menina com menos sorte um raio de luz nas nossas vidas.

Porque para mim é disso que se trata. Relações de puro amor. Se sofremos? Claro que sim. Mas sofremos sempre, mais cedo ou mais tarde, seja porque razão for. Se fossemos sempre a pensar nisso, nem sequer viveríamos.

1 comentário:

Cidália Oliveira disse...

eu não consigo viver sem um ... :)**