Voltar à terra onde cresci, é sempre voltar um bocadinho ao passado. E de certa forma, é também voltar a saber o presente de quem já fez parte da minha vida, e que por uma razão ou outra se afastou.
Foi precisamente há dez anos que sai de cá. Cheia de sonhos e de perspectivas.
Ontem, encontrei uma rapariga de quem fui muita amiga, mas da qual acabei por perder o contacto.
Falámos como se fossemos completamente estranhas. Eu olhava para ela e achava que a conhecia de algum lado. E só pensava: "Mas é a V.? Será possível?". Até que precisei de dar o meu nome, e ela pelo apelido "apanhou-me".
O meu apelido é assim, para o bem e para o mal, nos bons e nos maus momentos, aquilo que me denúncia.
E para mim é sempre estranho saber por onde estas meninas "andam". Normalmente estão casadas e com filhos. E eu ainda estou numa onda completamente diferente.
Ela só me dizia: "Tu estás tão diferente, mas tão diferente!".
E eu tive uma vontade enorme de me pôr em frente ao espelho e fazer uma retrospectiva da menina que saiu de cá, e da mulher que agora cá volta para passar férias.
Dez anos. Tanta coisa. Tantas diferenças.
Não, já não sou a mesma.
Para o bem. E para o mal.
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