sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Crescer depressa dói

Ontem à noite já depois de ter vindo de casa da minha amiga F. apercebi-me que já nos conhecíamos há 9 anos. 9 anos de encontros e desencontros, de momentos formidáveis e que Von Kant acabou por consolidar.



Nos primeiros anos era tudo muito intenso, tínhamos saído dos locais onde tínhamos crescido, onde tínhamos a família e os amigos, da casa que considerávamos nossa, e dos locais que verdadeiramente conhecíamos. Nessa altura as ruas eram estranhas, a escola era longe e tudo parecia magicamente belo.



A emoção estava à flor da pele. Éramos todos extremamente sensíveis. Julgo que de certa forma todos tivemos a sensação que tínhamos vendido a alma ao diabo. As noites sem dormir começaram a existir, os medos e a insegurança surgiram e tornámo-nos adultos demasiado depressa. Descobrimos a responsabilidade e a competitividade. Percebemos o trabalho que envolve seguir um sonho. Soubemos o que tinhamos de deixar para trás. Fizemos opções.



Depois tornámo-nos adultos a sério e cada um seguiu o seu caminho. Já não escrevemos postais e mensagens de parabéns pelos momentos em palco, já não dizemos amo-te como antes dizíamos, já não choramos juntos e abraçados, já não competimos ferozmente uns com os outros, já nem sabemos uns dos outros. Muitos de nós já nem sobem às tábuas. Muitos já nem sabem o que é o doce som dos aplausos.



3 anos muito intensos que me marcarão sempre. Os melhores 3 anos da minha vida. Os 3 anos da grande aprendizagem.



Vamos continuar a saber o que este fascínio significou. Vamos continuar a ler e a estar atentos.



Cada um desenhará a sua carreira da melhor forma que se lhe aprouver.



E como Cascais foi o pano de fundo desta fase tão especial, será sempre o meu cantinho especial, o meu ponto para uma fuga, onde me sentirei sempre em casa.



Afinal, descobrimos que crescer depressa dói.

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