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Todos sabemos que temos de partir. É das poucas certezas que temos. Só não sei e não percebo porque é que a vida se encarrega de essa passagem, por vezes, ser com tanta dor. De ser com um sofrimento infinito que se arrasta ao longo dos anos, às vezes um pouco melhor, mas quase sempre muito pior.

Tive uma das semanas mais complicadas da minha vida. Vi partir uma colega, que posso dizer que se tornou uma amiga. E para o bem e para o mal, nunca tinha lidado com ninguém com cancro. E eu acreditava que apesar de tudo, que com a força dela, um dia havia de haver um reviravolta e ela havia de se curar.

Mas pelos vistos sou eu que ainda acredito em unicórnios, gnomos e fadas.  E que os nossos sonhos nos podem levar sempre mais longe. E acredito que a nossa força de vontade supera tanta coisa.

E acredito que a dela superou. E que foi feliz connosco. Mas um dia, chega um dia, em que o corpo já não aguenta a força que a alma tem.

E eu, apesar de saber tudo, nunca me preparei para a perder.