Apercebi-me ontem que por mais programas de apoios aos idosos que se possam fazer, por mais especialidades de gerontologia que se criem, haverá sempre um espaço em branco, uma lacuna na nossa sociedade por preencher.
Deparo-me assim com um senhor já com uma idade avançada que pergunta quanto mais tem de pagar para lhe entregarem as compras em casa, e a menina da caixa berra de forma irritante: 5€. Pois sim, 5€, e a conversa morra ali e pergunto-me se esta gente não tem avós que os criaram e lhes deram mimo. E o senhor lá fica, a olhar para todos á sua volta como se precisasse de ajuda mas sem a pedir. Até que alguém finalmente pergunta e ele diz que sim, mas que nem três carrinhos chegam para levar o que quer.
Tempo não há, nem boa vontade. A nós que andamos por aí a correr, que ainda temos força nas pernas e nos braços e sabemos usar a internet, devia-nos ser dada a capacidade de saber ajudar, de estar mais presente, de não virar as costas a quem precisa.
E todos os dias olho para a velhota sentada nas escadas do metro que pede sem incomodar e tento perceber os sinais, porque tal como muita gente já fui enganada quando o coração falou mais alto que a razão.
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