segunda-feira, 30 de março de 2009

10 mandamentos para 1 espectador de teatro

1º NÃO CHEGARÁS ATRASADO, incomodando a concentração daqueles que estão a Representar e dos outros (que chegaram religiosamente a horas) que estão a assistir ao Santo Sacrifício do Teatro.

2º NÃO FALARÁS BAIXINHO com o ou a acompanhante; incomodando com a tua inclinação de cabeça o Espectador de trás, e distraindo os Actores celebrantes do Santo Sacrifício do teatro.

3º NÃO ADORMECERÁS NEM RESSONARÁS, dando marradas para a frente ou para trás, ou pondo a mão nos olhos para os outros pensarem que estás muito concentrado no Santo Sacrifício do teatro.

4º NÃO TOSSIRÁS NEM TE ASSOARÁS com grande ruído, escolhendo as melhores pausas dos celebrantes do Santo Sacrifício do Teatro.

5º NÃO TE ABANARÁS constantemente com o programa, distraindo os que estão, religiosamente, ao teu lado e irritando os que estão no palco a celebrar o Santo Sacrifício do Teatro.

6º NÃO COMERÁS rebuçados, pipocas, caramelos, chocolates, pastilhas, comprimidos; tirando-os muito devagarinho, fazendo com o papel e as pratinhas o mais diabólico, satânico e herético ruído numa sala de espectáculos em que se celebra o Santo Sacrifício do Teatro.

7º NÃO LEVARÁS relógios com pipis electrónicos, telemóveis e sacos de plásticos que andarás constantemente a pôr, ora entre as pernas, ora no colo, perturbando os que celebram o Santo Sacrifício do Teatro.

8º NÃO LERÁS OU FOLHEARÁS o programa durante a celebração do Santo Sacrifício do Teatro para tentar saber qual é o nome de determinado Actor, ou para tentar perceber a sequência do Santo Sacrifício do Teatro.

9º NÃO PEDIRÁS borlas ou insistirás em descontos, a que não tens direito, para assistir à celebração do Santo Sacrifício do Teatro.

10º NÃO OLHARÁS «com umas grandes ventas» para o vizinho do lado, que achou religiosamente Graça ao que tu não achaste, ou que, piamente e cheio de Fé, se levantou logo para aplaudir, enquanto tu bates palmas por frete e já a pensar ir a correr tirar a porcaria do teu carrinho, ou a porcaria do teu sobretudo do bengaleiro, mais cedo do que os outros.


ASSIM: SUBIRÁS PURO AOS CÉUS!



Mário Viegas

sábado, 28 de março de 2009

Algures em 2001

escrevi este pequeno texto, num banco do HAS.

Descias as persianas e fechavas as cortinas para ficares só nesse teu mundo, totalmente isolada e esquecendo a luz e a alegria do sol. Criaste mil sonhos, reviveste o teu duro passado. Revias-te em mim. Tentei estar à tua altura, sei que que quis sempre mais e mais. Lutei pelo que quis e consegui triunfar. Não me esqueco que no caminho o carro despistou-se várias vezes. Cheguei a um sítio...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Dia Mundial do Teatro


Hoje é dia mundial do Teatro e como não poderia deixar de ser Lisboa (e o mundo) enchem-se de iniciativas.

Deixo aqui algumas sugestões:

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=1182478

http://sic.aeiou.pt/online/noticias/cartaz/Dia+Mundial+do+Teatro.htm

http://www.setubalpeninsuladigital.pt/pt/conteudos/noticias+e+eventos/eventos/Dia+mundial+do+teatro+-+2009.htm

No Teatro A Barraca/Cinearte comemora-se com duas peças (de Williams e Gogol) de entrada gratuita a partir das 20h, para ver a programação clica aqui


Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2009


«Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.

Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática - tudo é teatro.

Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.

Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.

Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - "Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida".

Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.

Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!

Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!»

Augusto Boal,

encenador brasileiro e criador do Teatro do Oprimido

quarta-feira, 25 de março de 2009

Não há nada como....


Ligar o computador, aceder ao moodle e eis que.... mais uma disciplina feita, quando nada o fazia esperar.

Apesar de ainda faltar uma nota deste semestre posso dizer: cheguei a meio do curso!

E para quem andou a coleccionar frequências universitárias, sim, isto é uma vitória, porque finalmente descobri aquilo que quero fazer a longo curso. :)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Que génio-louco és tu?


Faça você também Que gênio-louco é você? Uma criação de o/'>http://www.abyssinia.blogspot.com">O Mundo Insano da Abyssinia

Lisboa pode não ser...

A cidade perfeita. Mas ainda bem.


Lisboa não é a cidade perfeita
Deolinda

‘Inda bem que o tempo passou e o amor que acabou não saiu.
‘Inda bem que há um fado qualquer que diz tudo o que a vida não diz.
Ainda bem que Lisboa não é a cidade perfeita p'ra nós.
Ainda bem que há um beco qualquer que dá eco a quem nunca tem voz.
‘Inda agora vi a louca sozinha a cantar, do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar: Um dia juntar-me a ela.
Um dia cantarÂ… como ela.
‘Inda bem que eu nunca fui capaz de encontrar a viela a seguir.
‘Inda bem que o Tejo é lilás e os peixes não param de rir.
Ainda bem que o teu corpo não quer embarcar na tormenta do réu.
Ainda bem se o destino quiser esta trágica historia, sou eu.
‘Inda agora vi a louca sozinha a cantar, do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar: Um dia juntar-me a ela.

Um dia cantar… como ela.

Too much is too much

Nem uma palavra de carinho.
Nem uma palavra de saudade.
Nem um telefonema.

Arrebentei.
Cansei-me.

Acabaste por derrapar.
Acabaste por jogar em falso.

Acabaste por provar que afinal não consegues mesmo.

domingo, 15 de março de 2009

Miradouro Nossa Senhora do Monte

Na 4ª passada levaste-me a um cantinho maravilhoso de Lisboa.

Antes julgava que gostava tanto desta cidade porque morava a 350 km de distância dela. Que haveria de ser uma paixão passageira, porque afinal de contas era uma cidade maior do que aquelas a que estava habituada. Mas afinal não, Lisboa é mágica. E cada cantinho é muito especial. Adoro, adoro, adoro esta cidade. Sempre e cada vez mais estou apaixonadissíma pelos seus recantos!

Digam lá se não é lindo?


quinta-feira, 12 de março de 2009

R.I.P

Hoje partiste.

Não quero cair no egoísmo de querer evitar a dor da perda renegando à dor que ela provoca.

Apesar de curtos, ficaram momentos tão deliciosos quanto divertidos.

Que curto caminho é este? Que caminhada é esta?

Porque foi hoje, porque o momento é ainda demasiado doloroso, apenas posso dizer:

Descansa em Paz.

sábado, 7 de março de 2009

Partidas e regressos

Há uma coisa que me dá ainda mais prazer, mais do que ir viajar, mais do que apanhar aquele táxi com destino ao aeroporto, mais do que conhecer novas culturas e novas formas de estar: são os regressos. É reconfortante saber que tenho um cantinho à minha espera, o calorzinho dos lençóis polares, a sopa da mamã, aquele abraço, e claro, as luzes de Lisboa.

Quero poder partir sempre assim, sabendo para onde vou voltar. É isso que torna especial os regressos.