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terça-feira, 19 de maio de 2009

2000-2003

Naquele tempo tudo era puramente verdadeiro. Se chorávamos era porque nos tinham "dessarumado as gavetas" de tal forma que sentiamos que já mais nada podiamos suportar.

A maldade era puramente verdadeira. Os sonhos eram verdadeiros. As lágrimas eram verdadeiras. A ambição era verdadeira.

O ódio e o amor tocavam-se, faziam connosco o exercício do espelho, as cápsulas, os exercícios de voz, de corpo, os ensaios gerais, a esgrima - tomavam conta de nós, faziam-nos mexer. Faziam-nos continuar.

E era por isso que sabiamos que amávamos incondicionalmente o que faziamos. E que não poderiamos estar em lugar algum senão ali. Que tinhamos a certeza que aquele iria ser o nosso futuro, tivessemos de ir contra quem fosse. Estávamos dispostos a lutar.

Havia dias que nos arrastávamos, já nada podiamos fazer contra a turbulência de sentimentos.

Os 15 anos são cedo para muitas coisas. Para viver no limite dos sentimentos também. E eu não me esqueço. E ainda me toca. E ás vezes, apesar da nostalgia, ainda me dói.


Sei que amei incondicionalmente nesta altura. E tudo era puramente belo.

sábado, 16 de maio de 2009

Casa No Campo


Eu quero uma casa no campo

Onde eu possa compor muitos rocks rurais

E tenha somente a certeza

Dos amigos do peito e nada mais

Eu quero uma casa no campo

Onde eu possa ficar no tamanho da paz

E tenha somente a certeza

Dos limites do corpo e nada mais

Eu quero carneiros e cabras

Pastando solenes no meu jardim

Eu quero o silêncio das línguas cansadas

Eu quero a esperança de óculos

E um filho de cuca legal

Eu plantar e colher com a mão

A pimenta e o sal

Eu quero uma casa no campo

Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapê

Onde eu possa plantar meus amigos

Meus discos e livros e nada mais

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Crescer depressa dói

Ontem à noite já depois de ter vindo de casa da minha amiga F. apercebi-me que já nos conhecíamos há 9 anos. 9 anos de encontros e desencontros, de momentos formidáveis e que Von Kant acabou por consolidar.



Nos primeiros anos era tudo muito intenso, tínhamos saído dos locais onde tínhamos crescido, onde tínhamos a família e os amigos, da casa que considerávamos nossa, e dos locais que verdadeiramente conhecíamos. Nessa altura as ruas eram estranhas, a escola era longe e tudo parecia magicamente belo.



A emoção estava à flor da pele. Éramos todos extremamente sensíveis. Julgo que de certa forma todos tivemos a sensação que tínhamos vendido a alma ao diabo. As noites sem dormir começaram a existir, os medos e a insegurança surgiram e tornámo-nos adultos demasiado depressa. Descobrimos a responsabilidade e a competitividade. Percebemos o trabalho que envolve seguir um sonho. Soubemos o que tinhamos de deixar para trás. Fizemos opções.



Depois tornámo-nos adultos a sério e cada um seguiu o seu caminho. Já não escrevemos postais e mensagens de parabéns pelos momentos em palco, já não dizemos amo-te como antes dizíamos, já não choramos juntos e abraçados, já não competimos ferozmente uns com os outros, já nem sabemos uns dos outros. Muitos de nós já nem sobem às tábuas. Muitos já nem sabem o que é o doce som dos aplausos.



3 anos muito intensos que me marcarão sempre. Os melhores 3 anos da minha vida. Os 3 anos da grande aprendizagem.



Vamos continuar a saber o que este fascínio significou. Vamos continuar a ler e a estar atentos.



Cada um desenhará a sua carreira da melhor forma que se lhe aprouver.



E como Cascais foi o pano de fundo desta fase tão especial, será sempre o meu cantinho especial, o meu ponto para uma fuga, onde me sentirei sempre em casa.



Afinal, descobrimos que crescer depressa dói.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Este fim-de-semana...

Este fim-de-semana vou rumar a sul. Faz-me falta aquele sol. Faz-me falta aquele mar. Faz-me falta acordar com o som dos patos e dos pássaros. Faz-me falta subir ao muro para apanhar limões. Lá, durmo como nunca. Durmo como em lado nenhum. Serena. Oiço o último comboio a fazer a curva. Vejo as estrelas e a lua. Não fecho a cortina. Desperto com os primeiros raios de sol. E aquele sorriso. E aquele beijinho de boa noite. E o desabafo. As histórias intermináveis. O passado. Os medos. E de novo uma gargalhada. As saudades. E a perspectiva de um óptimo futuro.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Se cresceste nos anos 90...

Ainda te lembras de quando valia a pena acordar cedo para ver desenhos animados (na, isto nunca consegui fazer, as manhãs sempre foram demasiado cedo)

Sabes de cor a música de pelo menos 4 canções da Disney

Fazias aquelas coisinhas de papel para ver com quem é que te ias casar e os 'quantos queres?

Cantavas as musicas das Spice Girls, mas não sabias bem o que é que estavas a dizer (bem, até que percebia algumas coisas)

Sabias que a Power Ranger cor de rosa e o verde ainda iam acabar juntos

Não perdias um episódio do Dragon Ball (não percam o próximo episódio...)

Tiveste, pelo menos, um Tamagotchi (yeap, era cinzento-prateado)

Sabias as músicas dos Onda Choc de cor 'ele é o reiii, eiii, eiii' ("lá do liceu!")

Ainda és do tempo em que a Anabela cantava 'quando cai a noite na cidadeee' (tantas, tantas tardes a cantar isto com as amigas)

Brincavas aos Polly Poquet! (e ainda os tenho guardados)

Ainda te lembras da coreografia da Macarena (dancei-a durante um ano na Dança Moderna!)

Gritavas 'Olhós namorados, primos e casados!

Choraste quando o Mufasa morreu e, se for preciso, voltas a chorar se voltares a ver o filme outra vez (epá: é dos momentos mais tristes da história do cinema!)

Tururururu Inspector Gadget Tururututu! (e nunca se viu o corpo a quem pertencia A Mão, bah)

Ainda te lembras de ver a tua mãe ou a tua avó a chorar a ver o 'Ponto de encontro' (por acaso era o meu pai)

500 escudos dava para tanta coisa! (so many ice-creams :) )

Bem-vindos ao mundo encantado dos brinquedos, onde há reis, princesas, dragões! (um grande clássico)

Todas as tuas decisões importantes eram feitas com um 'pim-pu-ne-ta'

'Velho' queria dizer qualquer pessoa acima dos 17 anos

Conhecias pelo menos uma pessoa que tinha daqueles ténis com luzinhas! (pindérico)

Quando ias ao cabeleireiro, a tua mão dizia-te que ficavas linda de 'poupa' (pindérico ao quadrado - acho que tenho umas fotos que devia queimar, la la la la)

Querias sempre um Push-pop e a tua mãe nunca te queria dar porque ficavas todo a colar!!! (ela achava que era uma javardeira)

Levaste pelo menos um sermão por teres colado o teu 'pega-monstros' ao tecto da cozinha (foi só na escola que o fiz)

Trocavas tazzos e matutolas (e tinha uns transportadores bem fixolas)

Vias o Zig-Zag, e o Buereré

Vias o Riscos, no canal 2, e sentias-te muito mais crescida (ainda tenho a banda sonora)

Achavas piada ao 'quarto-escuro' (a minha garagem foi palco de muitas destas brincadeiras)

Respondias aos insultos com 'quem diz é que é!!' (e o teu pai é jacaré)

Lembras-te de ver os Simpsons e de não perceberes porque é que, sendo desenhos animados, não tinham graça nenhuma

Viste o Rei Leão, e os 101 dálmatas

*Que saudades